domingo, 18 de janeiro de 2009

Eu moro no amanhã. No dia que ainda não foi. Eu moro no medo de dormir, e na nostalgia de acordar. Moro dentro do que passou. No sobrado do passado. Moro no medo de criança do mundo acabar. Na proteção da coberta em que eu me escondia. Moro nas lembranças das caminhadas até a escola. Na eterna lembrança da primeira queda de bicicleta, e do joelho ralado. Eu moro nos dias de chuva ou de sol. Moro nas tardes em que eu, assistia Rá-tim-bum com meu primo. Em que a inoscência era o meu cartão postal. Eu moro na imaginação de coisas impossíveis. Na terra em que heróis venciam dragões, e libertavam a princesa. Moro na liberdade de dizer o que penso, e sentir o que sinto. Moro nos erros e acertos. Nas escolhas incertas, nas escolhas sentidas. Moro na imperfeição do silêncio. Na casa do som, que quebra as lágrimas. Moro nos dias sentado, vendo o por do sol, e nas noites deitado, cultivando cada estrela do céu. Moro nas broncas que minha mãe me dava, quando eu sujava a roupa, ou não fazia a lição de casa. Nos gritos do meu pai falando pra eu chutar a bola. Moro no amor a vida e o medo da morte. Moro nas melhores melodias e nos piores arranjos. Moro nas musicas heróicas, e nos filmes solenes. Moro no nascimento do abraço, e na partida de um beijo. Moro no frio que dá na barriga ao te ver. Na quimera que é olhar o seus olhos castanhos, e o teus cabelos negros. Podia morar a eternidade onde moro que viveria para feliz.

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